domingo, 7 de fevereiro de 2010

Os parisienses, os londrinos, os berlinenses e os Juggernauts

Você conhece os Juggernauts?

Os Juggernauts usam uma armadura metálica e um capacete indestrutível. Eles correm significantemente mais do que os outros, mesmo carregando potentes armas. Costumam surgir inesperadamente, mas, se você estiver atento, ouvirá um sinistro tambor que sempre ressoa segundos antes da sua aparição. Uma vez que eles surgem, a coisa fica complicada.

Se esconder é uma alternativa que não deve ser descartada, mas lembre-se de que é uma solução em curto prazo. Nunca acredite que não irão te encontrar, ou que você está muito longe do local de onde eles vêm. Os Juggernatus conseguem aparecer sempre o mais perto possível, mesmo que para isso eles estejam contrariando regras da física. Mas, preste atenção, eles não são imortais.

Quando surgirem, procure estar portando um rifle sniper, ou uma potente metralhadora. Bazucas podem parecer muito potentes, mas, na verdade, são mais ineficientes do que outras armas. Granadas são válidas para se ganhar tempo, mas nunca suficientes. Já simples pistolas são siônimo de suicídio. Se você estiver em dupla, seu trabalho será facilitado. Uma boa alternativa, é procurar alternar os tipos de disparo. Outra possibilidade é atirarem os dois juntos. Como diz o ditado: duas armas matam mais do que uma.

Em Paris, não há Juggernauts. Mas deveria. Talvez ajudaria a juventude daquela cidade a se portar mais, digamos, dignamente.Não é uma questão homofóbica, claro que não. Seria muito preconceituoso e antiquado da minha parte. A minha preocupação está relacionada com a existência de um tipo de jovens que se confunde, ora com os indies, ora com os emos, mas acaba não sendo exatamente nada disso. Até por que, se fosse assim, a questão poderia ser simplificada.

Ao caminhar pelas ruas de Paris, qualquer um percebe que há algo de errado com uma boa parte dos teenagers, e, também, com aqueles que deixaram de ser teenagers há pouco tempo. E aqui eu vou utilizar um termo que eu acho admirável: eles são, sobretudo, "afetados".

Há, visivelmente, uma preocupação fora do normal com a aparência, o que inclui as vestimentas e a atitude. Os jovens franceses estão usando roupas apertadas, se maquiando e disputando os cortes de cabelo mais estilosos possíveis. Portam um ar insuportável de superioridade, mas que, se você prestar atenção, esconde uma realidade completamente almofadinha. Tiram onda de descolados e cools, com seus óculos Ray-Ban e seus Ipods acompanhados de fones gigantes. Tenho certeza de que, quando os Juggernatus surgirem, eles não saberão o que fazer. No entanto, felizmente, esse tipo não é majoritário, nem se prolonga até a fase adulta.

Já os londrinos sabem como lidar com os Juggernauts. Em Londres, eu pude ver alguns pelas ruas, andando por aí, como pessoas normais. Aparentemente, a presença desses seres na cidade é, como costuma mesmo ser, benéfica para a população local. Os jovens londrinos são mais tranquilos do que os parisienses. Eles só continuam com a mesma cara idiota divertida de sempre. É verdade, todavia, que a presença excessiva de Indies é uma preocupação geral. Mas, como a população já conhece esse tipo há um tempo relativamente considerável, a forma de se lidar com eles é facilitada.

Já em Berlim, assim como em Paris, não há Juggernauts. Mas, diferentemente desta cidade, onde os Juggernatus ainda não conseguiram chegar, em Berlim não os encontramos por que os berlinenses os destroem assim que os ditos cujos se aproximam do portão de Bradenburgo.

Os berlinenses não dão brecha para a aproximação dos Juggernauts. Por isso, a juventude da cidade se encontra na mais perfeita das condições. O índice de "afetididade" em Berlim é baixíssimo, e os teenagers locais se mostram bastante divertidos, simpáticos e, se preciso, agressivos. Mas tudo acontece dentro dos padrões de civilidade a que estamos, ou pelo menos gostaríamos de estar, acostumados. A única coisa que preocupa é a grande quantidade de malucos que nós observamos falando sozinhos, dançando no metrô ou escutando metal melódico, com forte influência da estética nórdica.

Mas, como disse o protagonista do romance "O estrangeiro", do escritor de língua francesa Albert Camus - que não era francês, mas argeliano -, a gente se acostuma a tudo nesse mundo. E eu tenho certeza que, quando os Juggernatus chegarem a Paris, os parisienses irão se adequar e se acostumar com a sua presença inevitável. Se pensarmos que eles já chegaram em Londres e Berlim, é fácil prever que, provavelmente, eles atacarão Paris por dois caminhos quase opostos. Será um choque, certamente, para os jovens da cidade. Talvez, maior do em qualquer outro lugar do mundo. Mas, no final, tenho certeza que tudo caminhará de forma natural, do modo que deve mesmo ser. Afinal, os Juggernauts já são uma realidade impossível de ser ignorada.

E se você encontrar um por aí, não se apavore. Procure seguir as regras adequadas, que você se sairá bem. Os Juggernauts impõem medo e respeito, mas, com empenho e dedicação, são facilmente controlados. Logo logo, você estará surpreso ao perceber que matá-los, em vez de uma simples condição para a sobrevivência, pode ser, também, uma deliciosa diversão.

5 comentários:

  1. O problema dos Juggernauts é que eles aparecem, no máximo, em trios, o que pode facilitar o trabalho dos parisienses que joguem em duplas. De qualquer forma, acho que uns 15 juggernauts, mesmo aparecendo em trios, resolvem os problemas dessa cidade.

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  2. Juggernauts vemos, costumes não sabemos

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  3. - Adriano, tá me ouvindo?
    - Eu não entendi o que ele falou!!

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  4. Ô Nino, se um troço desses aparecer aqui em Morsing eu e o Djalma comemos ele na pedrada!

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