sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Causos linguísticos

Ainda não comentei nada da nossa desenvoltura com as línguas estrangeiras.
Bem, de início, confesso que o inglês britânico do dia-a-dia é bastante chatinho. Aliás, alguns sotaques que você se depara são quase impossíveis de entender. Houve um caso em Richmond, em que um cidadão travou uma conversa com outra cidadã, e tanto eu quanto Mayra não conseguimos entender nem uma frase. Mas nessse nível foi o único caso.
Já os "afro-britânicos" (conforme ensina a cartilha do nosso presidente) possuem, também, sotaques variados. Teve um, por exemplo, que falou " I tink that...", com o "t" africado igual ao do carioca.
Já o inglês do indianos é moleza para entender, e o único irlandês com quem eu falei foi fácil, também.

Tiveram diversos causos engraçados sobre as línguas. Em uma loja de eletrônicos, por exemplo, um latino com inglês britânico me perguntou: "will you pay with cash or card?" E eu respondi: "yes". Ele ficou olhando para a minha cara sem entender. Aí Mayra me avisou o que que ele tinha falado. Eu tinha entendido "Will you pay with credit card?". Hahaha. Acontece.

Teve também um inglês maluco que fez um escândalo, depois que eu pedi "com licença" para ele. Foi assim: ele estava na porta de uma loja discutindo com o vendedor indiano, arrumando confusão a toa. O velho era maluco. Todo mundo percebia. Aí, eu, que precisava entrar na loja, falei para ele "Excuse me, sir". O velho entendeu o meu pedido como uma ofensa, e começou a fazer um escândalo na porta da loja. Eu ignorei e entrei. Depois de se livrar dele, o indiano entrou de volta e ficamos rindo juntos do ocorrido.

Já, hoje, em Paris, também não tive problemas nenhum para me comunicar, o que me deixou bastante satisfeito. Mas foi muito engraçado quando eu fui pedir uma informação a um cara que passava pela rua. Eu queria saber onde era a estação de metrô mais próxima. Cheguei para e falei: "Pardon, monsieur..." Ele me olhou com uma cara de assustado e me avisou: "Je ne parle pas français très bien". Eu pensei comigo mesmo: "Bom, o cara não fala francês muito bem, mas eu também não. Pelo menos a minha pergunta idiota ele vai saber responder", e emendei: "C'est na pas un probleme, vous pouvez me dire où est la station du metro plus prochaine? ". Ele, então, começou a falar um monte de coisa em francês. Certamente, não havia entendido minha pergunta. E eu também já não estava entendendo nada do que ele falava. No auge da nossa tentativa de diálogo, eu pergunte: "do you speak english?"e ele "oh, yes". Foi a nossa salvação. O cara era australiano, estava em Paris havia só 3 meses. ficou conversando conosco durante mais uns 300 metros. Por incrível que pareça, foi muito fácil entender o inglês dele, o que nos deixou bastante surpresos. Geralmente, o inglês australiano é chatino para entender também.

Mas, em Paris, com certeza ainda me divirtirei muito tentando falar a língua deles. Mas, ao contrário do que muitos pensam, eles fazem de tudo para tentar te entender. Até agora, ninguém me pediu para eu repetir algo, ou me ignorou. De vez em quando eles deixam escapar um riso, mas eu acabo rindo também, e tudo dá certo. É o que eu já ouvia antes de viajar. Se você tenta falar o francês, eles provavelmente te tratarão muito bem. O problema é ignorar que se está na França e já sair falando inglês.

De resto, Paris não nos recebeu tão bem quanto Londres. Chuva o dia todo, e sensação térmica de até menos 7 graus. Isso foi de noite. Mas, de tarde, também estava muito frio. O que salvou o dia foi a visita ao Louvre, que é algo indescritível. Sabia que era magnífico, mas só estando dentro daquelas salas gigantescas para se ter uma idéia da grandeza daquele lugar. Entramos de graça, porque sexta feira depois das 18h, menores de 26 entram de graça (nós já sabíamos disso, e planejamos nossa ida hoje, justamente, por isso). Ficamos umas 3h horas lá dentro, e deu para ver bastante coisa. Não preciso dizer que também faltou muita coisa.

Depois que saímos, aí sim percebemos o charme de Paris. De noite, a cidade toda se ilumina. É muito bonito.
Ah, o Eurostar é meio sem graça. Sei lá, esperava mais. Tomara que o IDTGV, que iremos pegar para Marseille, no domingo, seja melhor. A viagem é de (acho) que 7 horas. Mas é um trem que vai de madrugada, e rola uma noitada lá dentro. Tem um vagão com boate, outro com show. Coisas assim. Deve ser legal.

Amanhã tem mais Paris.

Um abraço

4 comentários:

  1. Nino,
    agora entendo porque o alemão não quer voltar para casa.Também com o frio de menos 16 graus em certos lugares!!!Ele vai é ficar na América do Sul para sempre.Bem, boa viagem de trem para Marselle e fiquem atentos com o Klima em Deutsch.
    Beijos
    Fatima Lannes

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  2. Oi Nino e Maira estamos acompanhando a viagem de vcs mto legal aguardamos fotos e novos textos !!! Espero que a roupa esteja dando conta !!! Bjs Tadeu e Claudia

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  3. Nino,
    Estou adorando seu blog, super interessante!Tô me divertindo com seus causos.
    Se cuida!não esquece de colocar o casaquinho.kkk
    Bjão pra vcs.

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